Crédito, Getty Images
18 abril 2024
“Não sou pai solo, muito menos viúvo”, esclarece um influenciador em um vídeo que viralizou nas redes sociais.
O pai de primeira viagem — como ele se define — diz que, ao compartilhar nas redes sociais a rotina de cuidados com a filha bebê, costuma receber questionamentos sobre o paradeiro da esposa.
Inclusive perguntas sobre se ela teria falecido.
“Fico tentando entender o que se passa na cabeça dessa galera para achar mais fácil minha esposa ter arrastado para cima [gíria que significa morrer] e eu ser viúvo do que eu simplesmente ser um pai presente”, diz o influenciador no vídeo.
O que explica o estranhamento que ainda pode causar a imagem de um pai cuidando de uma criança?
“Isso quebra uma expectativa de cuidado que está generificada na nossa época – ou seja, a gente entende que o cuidado é feito por mulheres. E não só dos filhos, mas o cuidado em geral: Quem cuida dos mais velhos? Quem são as enfermeiras?”, disse Iaconelli à BBC News Brasil.
“Se você vê um homem fazendo essa função, já começa a tentar justificar esse acontecimento não como uma coisa natural, uma possibilidade, uma escolha, mas como fruto da ausência de uma mulher.”
A psicanalista exemplica que, diante dessa situação vista como não natural, surgem pensamentos como “um homem cuidador é um homem para quem faltou uma mulher — porque ele é gay ou porque é viúvo”, ou “sobrou para ele uma criança que deveria estar sob os cuidados principais de uma mulher”.
O que Iaconelli descreve é também o que o naturólogo Tiago Koch, de 41 anos, pai de Nalu (2 anos) e de Iara (7 anos), percebe no dia a dia.
Quando é o único adulto com as filhas, ele relata as duas reações mais comuns.
“Ou é ‘nossa, que incrível’ por eu estar ali fazendo coisas normais, ou ‘por que esse cara tá sozinho com essas crianças?'”, relata.
“Se você não está acompanhado por uma mulher, você não sabe, ou você vai deixar algo incompleto, ou mal feito.”
Ele lembra de uma manhã com a filha no caixa da padaria.
“A Iara pirou que queria um chocolate 8h da manhã e eu não queria dar um doce naquela hora. Era uma criança sendo criança: se jogou no chão, fez ali o que é esperado de uma criança de 4 anos frustrada.”
“Aí a senhora que estava me atendendo começou a ficar incomodada e questionando por que eu não daria chocolate. ‘Você tá sozinho?’. Eu a via olhando pra mim e procurando outra pessoa: ‘Esse cara tá sozinho com essa criança?’. Eu me senti muito desqualificado, deslegitimado”, diz.
Tiago, que dá cursos sobre paternidade (focados no período de gestação, parto e puerpério) por meio do projeto Homem Paterno, também relata julgamentos por passar mais tempo em casa do que a esposa.
“Vejo muito, na prática, esse cuidado muito relacionado ao feminino, como se fosse algo exclusivamente praticado por mulheres. Então, se um homem está fazendo isso, é considerado menos homem. Se você é dono de casa, por exemplo, que tipo de homem é você? Eu já recebi muitos questionamentos porque passo muito mais tempo em casa”, diz.
Crédito, Arquivo pessoal
Tiago considera que vivemos um “momento de transição de padrões e de questionamentos sobre a figura paterna padrão, que vem de gerações”.
Ao mesmo tempo, alerta para uma possível “falsa sensação que as coisas estão melhorando”.
“Nesse movimento de discussão de paternidades conscientes, a gente está ainda muito mais uma fase de conscientização do que de ação. (…) Mais do que falar, do que postar, a gente está aplicando isso no nosso dia a dia? A gente quer mudar?”, diz.
“Fazendo uma analogia, é a ideia do esquerdomacho — o cara que esteticamente é super bacana, mas, no dia a dia, o comportamento ainda está muito longe do desejado”, exemplifica.
“O cara coloca uma camisa e um sling, sai na rua, e já é o paizão. Um homem de sling na rua com um bebê é um evento: ‘Nossa, que pai incrível'”, afirma, referindo-se ao tecido ou espécie de mochila usado para carregar um bebê.
Ao mesmo tempo, ele, que conversa com homens sobre paternidade desde 2018, diz que se preocupa com os pais que “estão perdidos neste limbo”, que ele descreve como “o cara que está tentando de fato”, mas é “sempre desqualificado ou invalidado”.
“Existe uma urgência, principalmente vinda das mulheres — que são quem mais sofre com essa negligência paterna de séculos — , reivindicando mais, intolerantes com o que antes era tolerável. Então muitos homens, e eu me incluo nisso também, porque faz parte do meu processo, se deparam com esse cenário: uma urgência muito grande de uma transformação muito rápida.”
Em outro momento da conversa, Tiago aponta que “falta muito para os pais se reconhecerem capazes de cuidar”.
“Sou homem, me reconheço como homem e o cuidado faz parte da minha masculinidade e paternidade. A principal bandeira que levanto é de que precisamos nos reconhecer e afirmar nossas masculinidades e paternidades através do cuidado. Enquanto isso não acontecer, as coisas não vão mudar.”
Vera Iaconelli destaca que “o discurso machista e maternalista está na boca de homens e mulheres”.
Diz que também está nas mãos das mulheres reivindicar uma condição que permita “delegar de uma forma mais equânime a tarefa de cuidados, abrindo mão também do prestígio que cuidar dá.”
Ela reconhece que abrir mão desse prestígio pode ser “muito difícil” — mas considera que há “mais alívio do que custo” para as mulheres ao deixarem de ser as grandes “detentoras do saber sobre o cuidado”.
Iaconelli diz que há um paradoxo aí.
“A tarefa do cuidado é desprestigiada porque é a menos remunerada, a menos valorizada da nossa sociedade, mas ao mesmo tempo ela serve, paradoxalmente, como um lugar de prestígio para as mulheres, já que se supõe que só elas sabem fazer”, diz.
“Então a gente tem uma contradição, que faz com que elas sofram nessa posição de exclusividade, mas, ao mesmo tempo, tenham medo de abrir mão de um dos poucos lugares de reconhecimento.”
Do jeito que a sociedade está organizada hoje, é comum que um homem que cuida de uma criança receba elogios ou apoio, diz.
“E, quando uma mulher está cuidando de uma criança, ela não está fazendo nada além da obrigação dela e não tem que reclamar porque essa é a função dela no mundo”, afirma, reproduzindo o senso comum sobre o papel das mulheres na maternidade.
“Mesmo uma mãe solo que foi abandonada pelo marido — que não é solo porque quis — é vista como alguém que escolheu mal o pai do filho. Na esfera do cuidado, o céu é o limite em termos de idealização do que uma mulher deve fazer e ser.”
Crédito, Marlos Bakker/Divulgação
E quando a configuração da família não tem uma mulher cuidadora?
A BBC News Brasil conversou com o casal Carlos Ruiz, de 37 anos, e Lucas Monteiro, de 32 anos, responsáveis pelo perfil “pais de 3”, onde compartilham vídeos da família.
Eles adotaram, em 2020, três irmãos: Kawã (na época com 12), Edgar (então com 9 anos) e a caçula, Ketlin, que chegou à família aos 5 anos.
Carlos, que inicialmente usava as redes sociais para compartilhar conteúdos como professor, conta que, assim que passou a dividir momentos da rotina com as crianças, veio a pergunta: “Onde está a mãe’?”.
“Foram questionamentos tanto da questão racial, quanto da busca pela mãe”, complementou Lucas, em referência ao fato de as crianças serem negras e os pais, brancos.
Crédito, Arquivo Pessoal
Sem uma mulher cuidadora na casa, Lucas e Carlos contam que a questão seguinte virou a busca, por parte dos seguidores, de supostos traços de uma “figura feminina” no casal.
“Não precisa ter a figura feminina ou tentar identificar dentro de nós [uma figura feminina] para esse tipo de trabalho, que é de quem tem casa e família”, diz Carlos.
Lucas complementa: “Pra gente, é uma questão normal, como pais, a gente cuidar, ao máximo, dos nossos filhos. A gente vê que infelizmente não é essa a realidade.”
Grande parte dos questionamentos, segundo o casal, aparece quando eles compartilham cuidados como com o cabelo da filha.
“Parece que não pode um pai ser carinhoso, não pode ser cuidadoso, cuidar de cabelo”, diz Carlos.
“Existe essa noção de que homem não consegue, de jeito nenhum, cuidar de uma menina, e que as mulheres conseguem cuidar de meninos e meninas. A gente pesquisa, estuda, pergunta para nossas mães”, conta Lucas.
Iaconelli afirma que, em geral, há uma “falsa suposição” de que só a mulher sabe cuidar, seja de homens ou de mulheres, enquanto os homens não saberiam cuidar nem deles mesmos, nem de homens, nem de mulheres.
“É uma cortina de fumaça em torno da grande questão: humanos cuidam de humanos, independentemente do gênero, mas a esfera de cuidado está inferiorizada, do lado das mulheres. E tudo que sai disso choca porque subverte um jogo de poder”, diz a psicanalista.
Lucas relata sua percepção na diferença de julgamento pela sociedade em relação a pais gays e hétero.
“Os pais hétero normalmente conseguem um posto maior, de ‘nossa, ele está fazendo muito mais do que a obrigação dele’. […] Um pai hétero cuidando enquanto a mãe está trabalhando é muito mais valorizado do que a gente, que tem uma parte da sociedade que vai minimizar por não ter a figura materna.”
Para Iaconelli, “a fantasia de que, para criar meninos e meninas, precisa ter um homem e uma mulher, faz supor que essas crianças não terão acesso a outras pessoas de outros gêneros no mundo”.
“Meninas filhas de dois homens têm mil referências de mulheres – dentro e fora da família”, diz a psicanalista.
Iaconelli diz que a licença-paternidade vigente no Brasil, de cinco dias, “subestima a importância e a necessidade do papel do pai” e “superestima as possibilidades das mulheres de darem conta de tudo sozinhas”.
Ao mesmo tempo, “revela o nosso descaso com as próximas gerações, na medida em que faz crer que uma pessoa poderia cuidar de um recém-nascido sozinha”, diz.
“Há uma intenção nefasta de desonerar o Estado, os homens – e as mulheres que se virem com o impossível.”
Pesquisa Datafolha divulgada neste mês aponta que, para 69% dos brasileiros, as mulheres devem ser as principais responsáveis por cuidar de filhos recém-nascidos.
Ao mesmo tempo, 67% acham que homens e mulheres deveriam ter direito ao mesmo período de licença do trabalho para cuidar do bebê.
Tiago Koch diz que cinco dias “não é nada”.
“Se passa por uma cesariana e filha fica na UTI, volto para o trabalho e nem vi minha filha. Ouvi vários relatos de ‘tive que começar a trabalhar e não vi minha filha'”, afirma.
Além da regra geral de licença-paternidade no Brasil de cinco dias, as empresas filiadas ao Programa Empresa Cidadã concedem mais 15 dias, totalizando 20 dias de licença-paternidade. Em troca, recebem benefícios fiscais da Receita Federal.
Agora, a expectativa é que o tema seja discutido por parlamentares nos próximos meses.
Em entrevista à BBC News Brasil, o diretor do escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o Brasil, Vinicius Pinheiro, disse que a licença-paternidade no Brasil é uma regra “limitada” e a revisão desse prazo previsto na Constituição há 35 anos é “mais urgente do que nunca”.
A OIT aponta que, embora os direitos à licença paternidade estejam aumentando no mundo, a duração média da licença para os pais (9 dias) é mais de 4 meses (16,7 semanas) menor que a licença-maternidade média (18 semanas).
Em entrevista concedida em janeiro à BBC News Brasil, o psiquiatra da infância e adolescência Guilherme Polanczyk, professor da Universidade de São Paulo (USP), disse que a participação dos dois cuidadores nos cuidados de um bebê “é um início muito melhor, de muito mais qualidade, e que deve ter repercussões ao longo de todo o tempo para a relação.” (Leia mais nesta reportagem)
A música “Pais e Filhos” da Legião Urbana é uma daquelas que a letra apresenta camadas muito mais profundas do que a primeira análise pode desvendar. O hit trata de temas fortes como suicídio e a relação entre pais e filhos – que pode ser problemática.
Pouco antes do refrão, Renato Russo canta uma das frases mais enigmáticas da canção: “meu filho vai ter nome de santo / quero o nome mais bonito”. Mas o que será que isso significa?
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Analisando o contexto da música, Russo escreve sobre pontos de conexão entre pais e filhos e cenas comuns como ter medo de escuro e colocar a criança para dormir. Uma dessas cenas que também são recorrentes é quando os pais escolhem o nome do futuro filho.
“Essa é outra frase que falamos bastante. Que quando o filho nascer, vai ter nome de santo; ou seja, o nome mais bonito. São os pais escolhendo o nome para os filhos. É mais um exemplo da relação dos pais com os filhos. Só que dessa vez é antes até da criança nascer. O Renato fala sobre essa relação. Isso de colocar nome bíblico”, diz o canal Musicália.
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Já o Psicanálise Clínica entende que é o próprio personagem que narra a música que agora imagina sobre como será ter um filho e não ele se lembrando da criança que cresceu e infelizmente tirou a própria vida “Após a fase de infância e adolescência explícitas na música, vem a idade adulta. Nesta fase, a personagem da música já pensa em ter filhos e pensa em seus nomes”.
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Por fim, o site Versos e Prosas faz uma análise polêmica desse trecho de “Pais e Filhos” dizendo que essa frase fala sobre Giuliano Manfredini, que é o filho adotivo de Renato Russo.
“Pais e Filhos ainda inclui outras passagens falando sobre a relação entre pais e filhos com uma melodia muito bem produzida. Em relação aos versos ‘meu filho vai ter nome de santo’, essa é uma menção direta ao próprio filho de Renato, Giuliano Manfredini, que residia com os seus avós (os pais de Renato), em Brasília”.
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O problema dessa interpretação é que não existe um santo com o nome Giuliano. Pelo menos não um conhecido a ponto de na cultura popular ganhar o título de “nome de santo”. Existe o São Juliano, padroeiro dos viajantes na tradição católica.
“Aqui é a grande mensagem da música. Ele está contando um enredo que começa com o fato de a menina ter se suicidado no começo da letra. Depois, ele fala sobre vários momentos da relação dos pais com os filhos. No refrão, surge a mensagem: ‘É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanha’. Só que você não sabe se vai ter o amanhã. Por isso é preciso hoje amar quem está próximo. Os filhos precisam amar os pais e os pais amar os filhos, já que não se sabe o amanhã. A menina se suicidou. Eles deviam ter se amado mais. É uma mensagem de muito amor”.
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Gil Rugai (à esquerda), Suzane von Richthofen (no centro) e Marcelo Pesseghini e o pai (à direita) — Foto: Montagem g1/Luara Leimig-TV Vanguarda/Leonardo Benassatto-Estadão Conteúdo/TV Globo
Mesmo após anos, as histórias de integrantes das famílias Richthofen, Pesseghini, Rugai e Gonçalves mortos pelos próprios filhos ainda causam impacto pelo requinte de crueldade. Relembre os casos abaixo:
Cristian, Daniel e Suzane von Richtofen, na época em que foram presos, em 2002 — Foto: Reprodução/ Globo News
Um dos crimes mais conhecidos do Brasil, que já rendeu livros e filmes, é o assassinato de Manfred Albert e Marísia von Richthofen. Em 2002, a própria filha do casal, Suzane, planejou o crime contra os pais. Ele teve a ajuda do namorado e do cunhado, Daniel e Cristian Cravinhos, que executaram o homicídio.
Inicialmente, o caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte), porém as investigações começaram a apontar para o trio. No final, eles confessaram o crime.
Em 2006, eles foram submetidos a júri popular. Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos e seis meses de prisão. Enquanto Cristian recebeu a pena de 38 anos e seis meses em regime fechado. Os três foram encaminhados à Penitenciária 2 de Tremembé, no interior do estado, conhecida como “prisão dos famosos”.
Já Cristian Cravinhos chegou a ir para o regime aberto em 2017, porém perdeu o benefício após ser preso suspeito de agredir uma mulher e tentar subornar policiais. Atualmente, ele segue no regime semiaberto.
Imagem de arquivo – Gil Rugai também pede para cumprir restante da pena fora da prisão — Foto: GloboNews
Um dia após o crime, o vigia da rua disse que teria visto o estudante saindo da casa do pai na noite do crime, na companhia de outra pessoa não identificada.
Gil teria dado um desfalque de mais de R$ 25 mil (em valores da época) à empresa do pai, razão pela qual havia sido expulso do imóvel cinco dias antes do crime. Ele cuidava da contabilidade da produtora Referência Filmes.
Em 2013, ele foi condenado a 33 anos e nove meses de prisão pelos homicídios dos publicitários. Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, manteve a condenação definitiva de Gil, e o caso passou à condição de transitado em julgado, quando não é mais passível de recursos, segundo informou o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo.
Desde o crime, Gil Rugai já teve diversas entradas e saídas da prisão. Atualmente ele cumpre a pena a que foi condenado na Penitenciária de Tremembé, interior paulista, onde está desde 2016.
O casal de policiais militares Andréia Regina Bovo Pesseghini, de 36 anos, e Luís Marcelo Pesseghini, com o filho, Marcelo Pesseghini, de 13 anos — Foto: Reprodução/TV Globo
Outro caso envolvendo pais e filhos que chocou o país foi da família Pesseghini. O adolescente Marcelo, de apenas 13 anos, usou a pistola .40 da mãe para executar os pais, que eram policiais militares, a avó materna e a tia-avó.
Após a chacina, ele se matou com um tiro na cabeça na casa onde a família morava. O crime ocorreu em 5 de agosto de 2013, na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo.
Todas as vítimas estavam dormindo, segundo a polícia. O motivo do crime, de acordo com laudo psiquiátrico, foi uma doença mental que levou Marcelinho a acreditar que era o personagem do game Assassins Creed, um assassino profissional.
Em 2018, em entrevista ao g1, os avós paternos de Marcelo informam ter procurado a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington (EUA), para tentar reabrir o caso da chacina da família dele em São Paulo – que foi arquivado pela Polícia Civil.
O avô Luís Pesseghini acredita que Marcelo não matou a família em razão do temperamento. “Ele era tímido, dócil”, diz o avô. “A investigação só se preocupou em acusar o menino ao invés de procurar quem seria o verdadeiro assassino.”
Romuyuki, Flaviana e Juan foram encontrados carbonizados no ABC — Foto: Reprodução/TV Globo
O casal e o filho foram mortos em 27 de janeiro de 2020, com golpes na cabeça. A família morava em um condomínio fechado de casas em Santo André.
A filha do casal, Anaflávia Martins Gonçalves, e a então namorada dela, Carina Ramos de Abreu, foram responsáveis por planejar o crime. O objetivo era roubar R$ 85 mil da família que estariam num cofre. Como não encontraram o dinheiro, decidiram levar pertences das vítimas e matá-las.