Pais Filhos
Dia dos Pais? Mais de 41 mil crianças foram registradas no Brasil apenas com o nome da mãe
2024-08-08

A Ausência Paterna: Um Desafio Silencioso na Sociedade Brasileira

O Dia dos Pais, uma data tão celebrada, revela uma realidade sombria para muitos brasileiros. Enquanto a data movimenta bilhões no comércio, a ausência da figura paterna em muitos lares é uma dura realidade que afeta o desenvolvimento e o bem-estar de milhares de crianças. Neste artigo, exploraremos as complexas razões por trás dessa tendência e os impactos profundos que ela pode ter na dinâmica familiar e no futuro de nossas crianças.

Uma Realidade Silenciosa: A Ausência Paterna no Brasil

Mudanças na Estrutura Familiar

As estruturas familiares no Brasil têm passado por transformações significativas nas últimas décadas. O aumento das taxas de divórcio e separação tem resultado em um maior número de famílias monoparentais, onde a mãe geralmente assume a responsabilidade pelos filhos. Essa nova realidade familiar pode contribuir para a ausência da figura paterna no lar.

Desafios Econômicos e Oportunidades de Emprego

A falta de oportunidades de emprego estável também é um fator crucial. O desemprego e o subemprego levam muitos homens a migrarem em busca de trabalho, o que pode resultar em uma ausência física prolongada do lar. Essa instabilidade econômica e a necessidade de buscar melhores condições de vida podem afastar os pais de seus filhos.

Influência da Cultura Machista

Além dos fatores sociais e econômicos, a cultura machista ainda presente em nossa sociedade pode desempenhar um papel importante. Essa cultura pode promover a ideia de que a responsabilidade parental é primariamente da mãe, desvalorizando o papel do pai na criação dos filhos. Essa percepção distorcida pode contribuir para a ausência paterna em muitos lares.

Registros Apenas com o Nome da Mãe

Os dados revelam que até maio de 2024, mais de 41 mil crianças foram registradas apenas com o nome da mãe, segundo o portal da Transparência do Registro Civil. Essa estatística alarmante reflete a realidade de muitas famílias brasileiras, onde a figura paterna está ausente ou não é reconhecida legalmente.

Impactos da Ausência Paterna

A ausência do pai pode afetar profundamente a dinâmica familiar e o desenvolvimento das crianças. Essa ausência resulta em uma sobrecarga de responsabilidades para a mãe, que muitas vezes assume um papel duplo de provedora e cuidadora. Isso pode levar a um estresse significativo e afetar a saúde mental da mãe.No desenvolvimento das crianças, os impactos também são preocupantes. Crianças sem a figura paterna podem experimentar sentimentos de abandono, baixa autoestima e insegurança. Essa falta de referência masculina pode ter consequências a longo prazo, afetando a formação da personalidade e as relações interpessoais dessas crianças.

Superando os Desafios: Rumo a uma Paternidade Mais Presente

Para enfrentar essa realidade, é fundamental que haja uma mudança de mentalidade em nossa sociedade. É necessário valorizar e incentivar a participação ativa dos pais na criação dos filhos, rompendo com os estereótipos de gênero e promovendo uma paternidade mais presente e engajada.Além disso, é crucial investir em políticas públicas e programas sociais que apoiem as famílias, especialmente aquelas lideradas por mães solteiras. Isso pode incluir desde a oferta de creches e escolas de tempo integral até a implementação de programas de capacitação profissional e geração de renda para os pais.Somente com uma abordagem abrangente e multifacetada, envolvendo transformações culturais, sociais e econômicas, será possível construir uma sociedade mais justa e equitativa, onde a figura paterna tenha o devido reconhecimento e possa desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento e no bem-estar de nossas crianças.
História de vida dos pais inspiram filhos militares a escolherem profissão
2024-08-08

Legado Militar: Quando a Família Inspira Vocações

A carreira militar é frequentemente vista como um exemplo de profissão respeitável, com muitos admiradores e pessoas que sonham em seguir esse caminho. Essa imagem de disciplina, brio e honra faz com que o militarismo seja um dos ofícios mais desejados, especialmente na infância. Nesta matéria, exploramos histórias de pais que inspiraram seus filhos a escolherem a vida militar, mostrando como o exemplo e os valores transmitidos podem moldar gerações de servidores públicos dedicados.

Inspiração Familiar: Quando o Exemplo Supera as Dificuldades

Legado de Sacrifício e Determinação

O sargento da Polícia Militar de Alagoas, José Maurício Oliveira, é um exemplo vivo de como a trajetória de um pai pode influenciar as escolhas dos filhos. Apesar das dificuldades financeiras e privações que enfrentou durante a criação de seus três filhos - Vagner, Vanessa e Jéssica -, o sargento conseguiu transmitir valores como honestidade, caráter e dedicação, que se refletiram nas carreiras militares escolhidas por seus herdeiros.Vagner, o filho mais velho, ingressou na Polícia Militar em 2013 e, posteriormente, foi aprovado no Curso de Formação de Oficiais, tornando-se aspirante a oficial em 2016. Atualmente, ele ocupa o cargo de subcomandante da Companhia de Polícia Militar Independente – Ronda de Ação Intensiva Ostensiva (CPMI/Raio). Vanessa, a filha mais velha, seguiu os passos do pai em 2018, ingressando na Polícia Militar, enquanto a caçula, Jéssica, formou-se no Curso de Formação de Praças do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas em 2024.Para os filhos, a influência positiva do pai foi fundamental em suas escolhas. Eles destacam a importância dos valores transmitidos, como honestidade, caráter e dedicação, que os inspiraram a seguir carreiras voltadas para a proteção e o serviço à comunidade.

Superando Obstáculos com Determinação

A história da família da cadete Soraia Ferreira, do Curso de Formação de Oficiais (CFO), também demonstra que a formação de um bom caráter militar não depende necessariamente de ter um pai policial. Seu pai, Adilson Vieira, trabalhador rural, criou e transmitiu seus valores para a filha, mesmo enfrentando dificuldades financeiras e a ausência do próprio pai durante sua infância.Apesar das adversidades, Adilson sempre incentivou Soraia a estudar, fazendo sacrifícios para que ela pudesse frequentar uma escola pública em Arapiraca, a cerca de duas horas de sua casa na zona rural. Essa determinação e apoio familiar foram fundamentais para que Soraia se formasse em Direito e, posteriormente, ingressasse na Polícia Militar de Alagoas, após passar por um concurso na Polícia Penal.Atualmente, a cadete Soraia cursa o segundo ano do CFO, e sua família aguarda ansiosamente pela sua formatura, prevista para o final de 2025, quando ela será declarada aspirante a oficial e designada para atuar em uma das unidades da Polícia Militar alagoana.

Legado de Honra e Serviço

As histórias desses pais e filhos militares demonstram que o exemplo e os valores transmitidos podem ser mais poderosos do que qualquer obstáculo. Mesmo diante de dificuldades financeiras e privações, esses pais conseguiram inspirar seus filhos a seguirem carreiras voltadas para o serviço público, o respeito e a proteção da comunidade.Esses relatos evidenciam que a carreira militar não é apenas uma profissão, mas um estilo de vida pautado em princípios como disciplina, brio e honra. Ao escolherem esse caminho, os filhos desses pais militares não apenas honram a memória de seus antepassados, mas também se tornam exemplos vivos de como o legado familiar pode moldar gerações de servidores públicos dedicados e comprometidos com o bem-estar da sociedade.
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Associação faz campanha no Recife para sensibilizar pais a registrarem filhos nesta sexta (9)
2024-08-08

Paternidade: Um Direito Fundamental Negligenciado

A Associação Pernambucana de Mães Solteiras (Apemas) está liderando uma campanha crucial para sensibilizar os homens a registrarem seus filhos, mesmo que tardiamente. Essa iniciativa visa abordar uma realidade alarmante no Brasil, onde milhões de crianças crescem sem o nome do pai em suas certidões de nascimento.

Unindo Esforços para Garantir a Paternidade de Todos

Panfletagem Pela Paternidade

A Apemas realizará, nesta sexta-feira (9), uma panfletagem da campanha "Paternidade Direito de Todos & Todas". O objetivo é conscientizar os homens sobre a importância de registrarem seus filhos, mesmo que tardiamente. A ação acontecerá das 7h30 às 10h, no cruzamento da Av. Norte com o Vasco da Gama, na Zona Norte do Recife, e contará com a participação do Grupo Cultural Cupim de Ferro, que animará o público com a Ciranda Santa'nna.Segundo a fundadora e presidente da Associação, Marli Marcia da Silva, essa panfletagem é fundamental para sensibilizar os pais que, infelizmente, não têm a oportunidade de comemorar o Dia dos Pais com seus filhos presentes. "Eles precisam entender que essas crianças sentem falta deles. Que eles precisam mudar esse quadro de crianças sem o nome do pai na certidão", explica Marli.

Uma Realidade Alarmante

De acordo com dados da escritora e pesquisadora Dra. Ana Liesi Thurler, existem mais de 20 milhões de pessoas no país sem o nome do pai nas certidões de nascimento. Apenas em 2023, 172,2 mil recém-nascidos no Brasil não tiveram registro paterno, um aumento de 5% em relação a 2022, quando foram registrados 162,8 mil casos.Essa ausência paterna pode afetar diversos aspectos da vida de uma criança, desde o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo, até as lembranças e momentos que nunca puderam ser vividos. Uma das pessoas afetadas por essa realidade é Welington Augusto Parins, um porteiro de 53 anos que nunca foi registrado. Graças ao trabalho da Apemas, ele agora tem a oportunidade de conhecer seu pai, que reside no Rio de Janeiro e está disposto a se encontrar com o filho.

Registrando a Paternidade: Um Direito Inalienável

Welington relata que, apesar de ter sido criado pela mãe e pelo padrasto, conseguiu estabelecer um relacionamento melhor com seu pai biológico a partir dos 12 ou 13 anos de idade. Agora, com o apoio da Apemas, ele terá a chance de ser finalmente registrado.Para Welington, ações como essa campanha da associação são fundamentais para que mais pessoas possam ser contempladas e amparadas. "Se eu estou sendo registrado, mais pessoas podem ser registradas também. Essa campanha é importante por isso", afirma.A presidente da Apemas, Marli Marcia da Silva, também aconselha as mulheres a acionarem a Justiça caso o homem não queira registrar o filho. "As crianças não podem pagar um preço tão alto pelo machismo. Paternidade não prescreve. É um direito que perdura", finaliza Marli.
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