Pais Filhos
Histórias de pais afetivos e filhos que oficializaram a ligação familiar
2024-08-11

Paternidade Socioafetiva: Reconhecendo o Vínculo Além do Biológico

Christiane Helena Guillen Veloso, uma médica veterinária de 42 anos, finalmente conseguiu incluir o nome do pai que a criou em sua certidão de nascimento e documentos de identificação. Essa conquista foi possível graças a uma decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que autorizou o reconhecimento da paternidade socioafetiva. Essa história revela a importância do afeto e do vínculo emocional na definição da paternidade, além dos laços biológicos.

Uma Jornada de Amor e Reconhecimento

Superando Barreiras Legais

Christiane convive com o pai afetivo desde os 2 anos de idade, mas a alteração na filiação só foi possível em 2018, após a decisão do CNJ. Essa mudança permitiu que ela finalmente tivesse o nome do pai que a criou em seus documentos. A advogada Vera Chaves de Azevedo, especialista em Direito Civil, explica que não há um período específico de convivência para solicitar o reconhecimento da paternidade socioafetiva. O fundamental é a comprovação do vínculo afetivo duradouro e estável.A paternidade socioafetiva é fundamentada em princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana, o melhor interesse do filho e o princípio da afetividade. A relação deve ser equivalente aos laços de carinho, cuidado, convivência, apoio e responsabilidade que normalmente existem entre pais biológicos e seus filhos.

Registrando o Amor

Apesar de ter sido registrada pelo genitor, Christiane nunca teve uma relação muito próxima com o pai biológico. O afeto e a presença paterna foram preenchidos pelo padrasto, que ela sempre considerou como pai. Após se separar em 2012, Christiane passou a morar com o pai afetivo e a mãe, assumindo todas as responsabilidades relacionadas à sua saúde e bem-estar. Essa proximidade e cuidado diário tornaram ainda mais necessário o registro da paternidade socioafetiva.Hoje, Christiane carrega com orgulho o sobrenome do pai que ela considera "do coração". Ela descreve essa conquista como um "renascimento", pois finalmente teve seu direito de filha reconhecido perante a lei.

Direitos e Benefícios

Ter o nome do pai na certidão de nascimento garante uma série de direitos básicos, como pensão alimentícia, plano de saúde, herança, entre outros. Paulo Henrique Gama, presidente da Arpen-DF, explica que a legislação brasileira evoluiu significativamente no reconhecimento da paternidade, facilitando o processo e permitindo que o pai reconheça a paternidade a qualquer momento, de forma gratuita, no cartório de registro civil.Essa mudança na legislação é fundamental para que os pais regularizem o registro de filhos sem paternidade, de maneira rápida e sem custos. Isso garante que crianças e adolescentes tenham acesso a esses direitos essenciais.

Celebrando a Conquista

Christiane fez uma festa para comemorar o registro do nome do pai afetivo em seus documentos. Ela descreve essa conquista como um "renascimento", pois finalmente teve seu direito de filha reconhecido perante a lei. Essa celebração simboliza a importância do vínculo afetivo na definição da paternidade, além dos laços biológicos.

Cenário no Distrito Federal

Dados da Central de Informações de Registro Civil (CRC) mostram que, até o fim de 2023, um total de 2.184 crianças no Distrito Federal não tinham o nome do pai no documento. Apesar da queda de 18,7% no número de nascimentos no DF entre 2016 e 2023, a quantidade de crianças sem nome do pai na certidão cresceu 10,6% no mesmo período, mesmo com um aumento de 86% nos reconhecimentos de paternidade.Essa realidade evidencia a importância de iniciativas que incentivem o reconhecimento da paternidade, tanto biológica quanto socioafetiva, para garantir que todas as crianças tenham acesso aos seus direitos fundamentais.

Ações de Incentivo ao Reconhecimento da Paternidade

No Distrito Federal, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e a Defensoria Pública do Distrito Federal (DODF) têm atuado para incentivar o reconhecimento da paternidade por meio de mutirões e campanhas.O programa Pai Legal, do MPDFT, ajuda a garantir o direito de crianças e adolescentes de terem o nome do pai na certidão de nascimento. Já a campanha "Meu pai tem nome", realizada pela DODF em parceria com o Conselho Nacional dos Defensores Públicos-Gerais (Condege), oferece testes de DNA e sessões de mediação e conciliação para a efetivação do direito de filiação, paternidade e maternidade.Essas iniciativas são fundamentais para reduzir o número de registros de pais ausentes no país e garantir que todas as crianças e adolescentes tenham acesso aos seus direitos básicos.

Afeto e Segurança: A Paternidade Socioafetiva em Ação

A história de Amanda e Sérgio Armelin, de 24 e 65 anos, respectivamente, ilustra a importância da paternidade socioafetiva. Sérgio, que não é o pai biológico de Amanda, é a figura paterna em sua vida e fez o reconhecimento da paternidade afetiva perante a lei.Sérgio sempre foi muito presente, carinhoso e atencioso com Amanda, acompanhando-a desde a infância em suas atividades escolares e acadêmicas. Ele a trata como filha, assim como seus pais a tratam como neta e seus filhos biológicos a tratam como irmã. Para Amanda, Sérgio é uma das pessoas que mais admira no mundo, pois ele a faz sentir muito amada e a possibilita entrar em contato com experiências distintas, compartilhando sua visão de mundo.Essa história demonstra como o afeto e o vínculo emocional podem ser tão importantes quanto os laços biológicos na definição da paternidade. A paternidade socioafetiva é uma conquista fundamental para garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes.
Filhos dão continuidade ao legado profissional dos pais na Novacap
2024-08-11

O Distrito Federal Lidera no Atendimento de Animais Silvestres

O Distrito Federal se destaca com um modelo único de atendimento a animais silvestres, sendo um dos primeiros a implementar essa iniciativa no Brasil. O Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (Hfaus) do DF já prestou mais de 500 atendimentos desde sua inauguração em março deste ano, tornando-se uma referência nacional no segmento.

Um Oásis de Cuidados para a Fauna Silvestre do DF

Diversidade de Pacientes e Tratamentos Especializados

Atualmente, o Hfaus abriga cerca de 30 animais internados, incluindo um filhote de veado-catingueiro, um filhote de onça-parda, um tamanduá-bandeira, um lobo-guará, um mico e dois saruês. Desde sua inauguração, a unidade já atendeu 121 mamíferos, 23 répteis e 356 aves de diferentes espécies. Cada paciente recebe um tratamento personalizado, de acordo com suas necessidades específicas, sejam elas de hidratação, tratamento de colisões ou fraturas. A equipe multidisciplinar do hospital, composta por biólogos, veterinários e zootecnistas, trabalha em conjunto para garantir a melhor recuperação possível de cada animal.

Tecnologia e Infraestrutura de Ponta

O Hfaus conta com uma infraestrutura de ponta, equipada com recursos como exames laboratoriais, oftalmologia, ultrassom, raio-X e até mesmo tomografia. Essa estrutura avançada permite que os profissionais realizem diagnósticos precisos e apliquem os tratamentos mais adequados para cada caso. Além disso, a unidade é dividida em alas específicas para separar os animais, evitando a convivência entre predadores e presas, e garantindo o bem-estar de todos os pacientes.

Nutrição Especializada para a Recuperação

A bióloga responsável pelo setor de nutrição, Bruna Nascimento, destaca a importância de uma alimentação adequada para a recuperação dos animais. Cada paciente é avaliado por um zootecnista, que elabora uma dieta personalizada, levando em consideração as necessidades nutricionais de cada espécie. Essa atenção especial à alimentação é fundamental para que os animais possam se recuperar e retornar à natureza em plenas condições.

Reabilitação e Reintegração à Natureza

O objetivo final do Hfaus é sempre reabilitar os animais para que possam ser reinseridos em seu habitat natural. Após o tratamento e a recuperação, os animais são encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Brasília Ambiental, que realiza a soltura desses animais de volta à natureza. Essa etapa final é crucial para evitar que os animais se acostumem com a presença humana, facilitando seu retorno ao ambiente selvagem.

Parceria Estratégica para Excelência no Atendimento

O Hfaus funciona por meio de uma parceria entre o Instituto Brasília Ambiental, responsável pela manutenção da unidade, e a Sociedade Paulista de Medicina Veterinária (SPMV), que coordena os trabalhos. Essa colaboração entre instituições públicas e privadas garante a excelência no atendimento e a constante evolução dos serviços prestados.

Resgate e Encaminhamento de Animais Silvestres

Quando a população se depara com animais silvestres feridos ou filhotes que necessitam de cuidados, o melhor procedimento é entrar em contato com o Batalhão de Polícia Militar Ambiental do DF, pelo telefone 190. Esses profissionais são responsáveis por recolher os animais e encaminhá-los ao Hfaus, onde receberão o atendimento especializado de que necessitam.
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Pais atípicos falam sobre os desafios e as conquistas dos filhos no ES
2024-08-11

Superando Desafios: A Jornada Inspiradora de Pais Atípicos

A paternidade é uma jornada repleta de momentos únicos, desde os primeiros passos até os marcos importantes na vida de uma criança. No entanto, para pais cujos filhos apresentam transtornos mentais ou deficiências intelectuais, essa jornada vem acompanhada de uma dose extra de dedicação, superação e aprendizado. Nesta matéria, exploramos as histórias inspiradoras de dois pais que enfrentam esses desafios com amor, resiliência e um compromisso inabalável em proporcionar o melhor para seus filhos.

Pais Atípicos: Superando Obstáculos, Celebrando Vitórias

Eleonardo e Eduardo: Uma Jornada de Superação

Morador da Serra, Eleonardo Guimarães, de 47 anos, é um pai atípico que há 24 anos acompanha o desenvolvimento de seu filho Eduardo, que nasceu com deficiência intelectual. Desde os primeiros dias de vida, Eleonardo e sua família enfrentaram diversos desafios, mas sua determinação em proporcionar o melhor para Eduardo nunca vacilou.Quando Eduardo tinha apenas uma semana de vida, ele sofreu uma crise convulsiva, o que levou os pais a buscarem atendimento médico especializado. "Naquela época, levamos ele diversas vezes ao neurologista e pediatra para tentar entender o que estava acontecendo. Com 2 anos, ele não falava nem andava", recorda Eleonardo.Graças ao apoio da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Eduardo pôde frequentar diversas terapias e atividades pedagógicas focadas em seu desenvolvimento e autonomia. "Com 9 anos, ele começou a falar e a andar sozinho. Ele estudava na escola pública e frequentava a Apae três vezes por semana", conta o pai orgulhoso.Hoje, Eduardo é um jovem adulto que trabalha em uma padaria de um supermercado, demonstrando sua independência e capacidade de contribuir para a sociedade. Eleonardo se orgulha de ver seu filho trabalhando e feliz, e os dois desfrutam de momentos especiais juntos, como almoços fora e viagens nas férias.

Gilmar e Leonardo: Uma Jornada de Apoio e Compreensão

Gilmar Almeida, de 57 anos, é outro pai atípico que acompanha de perto a rotina de seu filho Leonardo, de 21 anos, que foi diagnosticado com um transtorno mental aos 19 anos. Embora o diagnóstico tenha sido confirmado apenas na adolescência, os pais buscavam ajuda médica desde a infância de Leonardo."Ele já fazia acompanhamento neurológico e psicológico devido às suspeitas. Sempre procuramos os profissionais adequados e os tratamentos necessários para entender melhor o que se passava e ajudá-lo da melhor forma possível. Hoje, ele é acompanhado por um psiquiatra, faz terapias e recebe atendimento na Apae da Serra", conta Gilmar.Durante a semana, Leonardo participa de diversas atividades, como aulas de arteterapia, capoeira, dança e teatro, além de estar matriculado em um curso de assistente administrativo. Quando não está estudando, o jovem se envolve em todas as atividades da família, demonstrando sua capacidade de se integrar e contribuir.Apesar dos desafios enfrentados pela família ao longo dos anos, seja no ambiente escolar, na comunidade ou entre familiares que não entendiam a condição de Leonardo, Gilmar destaca o orgulho que sente ao acompanhar o desenvolvimento de seu filho. "Leonardo adora desenhar e ler os clássicos da literatura. Ele tem um ótimo relacionamento social, é alegre e espontâneo. Somos grandes amigos e estou sempre ao seu lado, ajudando-o nos desafios da vida."

Parentalidade Atípica: Superando Obstáculos, Celebrando Vitórias

Mães e pais atípicos são aqueles que têm filhos com condições de saúde crônicas, deficiências ou qualquer outro tipo de desafio que demanda um cuidado e atenção diferenciados. Esses filhos podem ter condições físicas, mentais, comportamentais ou emocionais que exigem dos pais uma adaptação em suas rotinas e cuidados.Segundo Maria das Graças Vimercati, presidente da Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo (Feapaes-ES), esses pais buscam aprender tudo sobre as necessidades específicas de seus filhos, os tratamentos, as terapias e acomodações necessárias para proporcionar uma vida mais inclusiva e confortável. Eles também enfrentam desafios adicionais, como a busca por suporte adequado, lidar com preconceitos e a necessidade constante de defender os direitos dessas pessoas.As histórias de Eleonardo e Gilmar são exemplos inspiradores de como o amor, a determinação e o apoio de uma rede de cuidados podem transformar desafios em oportunidades de crescimento e realização. Esses pais atípicos demonstram que, com paciência, dedicação e uma visão positiva, é possível superar obstáculos e celebrar as vitórias, proporcionando uma vida plena e inclusiva para seus filhos.
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