Legado Familiar: Quando o Futebol Corre nas Veias

A Eurocopa não é apenas uma competição de futebol, mas também um palco para a celebração de legados familiares. Nesta edição, pelo menos seis jogadores mantêm viva a chama acesa por seus pais, que brilharam na mesma competição entre as décadas de 90 e 2000. Esses laços de sangue e paixão pelo esporte criam histórias emocionantes que inspiram os fãs e mostram como o futebol pode unir gerações.

Quando o Talento Corre de Pai para Filho

Schmeichel: Uma Dinastia de Goleiros

A Dinamarca tem orgulho de contar com uma linhagem de goleiros de elite, e os Schmeichel são o exemplo perfeito disso. Peter Schmeichel, o patriarca, é considerado um dos maiores goleiros da história do futebol dinamarquês. Ele brilhou em quatro edições da Eurocopa, entre 1988 e 2000, e foi campeão em 1992, após uma memorável vitória sobre a Alemanha. Seu filho, Kasper Schmeichel, segue os passos do pai, sendo um dos principais nomes da atual geração da seleção dinamarquesa. Embora ainda não tenha alcançado os feitos do lendário Peter, Kasper já se consolidou como um goleiro de alto nível, tendo disputado a última Eurocopa em 2020 e as duas últimas Copas do Mundo. A frieza e a técnica herdadas do pai fazem de Kasper uma figura de liderança na equipe dinamarquesa.

Hagi: Quando o Gênio se Perpetua

A Romênia tem em Gheorghe Hagi um dos maiores nomes do futebol em sua era contemporânea. O craque da Copa do Mundo de 1994 brilhou por clubes como Real Madrid, Brescia e Barcelona, e agora vê seu filho, Ianis Hagi, como a continuidade de seu legado futebolístico. Embora alguns digam que Ianis não possui a mesma habilidade do pai, o meia do Alavés, aos 25 anos, tem a chance de superar o feito do progenitor ao marcar pelo menos um gol nesta Eurocopa. Gheorghe Hagi ajudou a Romênia a participar de competições internacionais, como a Eurocopa de 1984, 14 anos após a Copa do Mundo de 1970. Ele também esteve presente nas Euros de 1996 e 2000, mas não conseguiu marcar um gol no torneio continental. Agora, Ianis tem a oportunidade de levar a Romênia à segunda fase da competição e, quem sabe, alcançar a marca que seu pai não conseguiu durante sua carreira.

Chiesa: Quando o Gol Corre no Sangue

Enrico Chiesa, pai do destaque da Juventus, brilhou com a camisa da Sampdoria nos anos 90 e fez parte da geração italiana que disputou a Eurocopa de 1996, na Inglaterra. Naquela edição, a Itália decepcionou e ficou pelo caminho em uma chave com Alemanha, Rússia e República Tcheca. Artilheiro, Enrico Chiesa marcou mais de 200 gols em quase 600 jogos na carreira, conquistando a Copa da Itália por duas vezes, sendo uma pela Fiorentina e outra pelo Parma, além de uma Copa da UEFA (antiga Liga Europa) com o Parma. Seu filho, Federico Chiesa, pode dizer que, em termos de conquistas, está um passo à frente do pai. Campeão da última edição da Eurocopa, Federico é um dos principais nomes da geração atual da Itália. As ausências nas Copas do Mundo de 2018 e 2022 são um peso grande para o jogador de 26 anos, mas o legado de seu pai pode ajudá-lo a quebrar a maldição da tetracampeã do mundo.

Blind: Quando a Visão de Jogo é Hereditária

A Holanda tem na família Blind um exemplo de como a visão de jogo e a classe em campo podem ser transmitidas de pai para filho. Danny Blind esteve no elenco holandês que disputou a Eurocopa de 1996, na Inglaterra, embora a equipe não tenha ido muito longe, parando nas quartas de final contra a França. Seu filho, Daley Blind, segue os passos do pai, sendo um dos nomes mais experientes da atual seleção holandesa. Daley Blind tem em seu currículo a participação em três Copas do Mundo (2014, 2018 e 2022), sendo inclusive medalhista de bronze no Mundial de 2014, com direito a gol contra o Brasil. Assim como o pai, Daley Blind faz parte de um dos esquadrões mais temidos da Europa, o Ajax dos anos 90.

Conceição: Quando o Gol é Herança de Família

Sérgio Conceição ganhou sua primeira oportunidade na seleção portuguesa em 1996, mas só foi disputar sua primeira Eurocopa em 2000. Curiosamente, em um jogo contra a Alemanha na primeira fase, o ex-atacante marcou um hat-trick na vitória do time lusitano por 3 a 0, eliminando os alemães do torneio. Apesar desse feito, Conceição acabou marcado pela eliminação portuguesa na primeira fase da Copa do Mundo de 2002. Agora, seu filho, Francisco Conceição, foi o nome da vitória portuguesa sobre a República Tcheca na estreia da Eurocopa deste ano, e com apenas 21 anos, desponta como um novo grande personagem desta geração.

Thuram: Quando a Vitória é Passada de Pai para Filho

Lilian Thuram, lendário defensor francês, campeão mundial em 1998 e vencedor da Eurocopa de 2000, liderou uma das mais talentosas gerações da França. Agora, seu filho, Marcus Thuram, carrega o mesmo DNA vencedor, mas atuando no ataque. Vice-campeão mundial em 2022, o jogador da Internazionale é o centroavante da atual geração francesa e esteve na última Eurocopa, em 2020. Nesta edição, Marcus Thuram tem mais uma chance de se consolidar como titular e, quem sabe, brigar por um lugar na Copa do Mundo de 2026, seguindo os passos vitoriosos de seu pai.